A Ascensão e a Cura do Estresse
"Pois veja, o reino dos céus está dentro de você."
- Lucas, 17 v21
A menos que (vocês) se tornem como crianças pequenas, vocês não entrarão no reino dos céus.
- Mateus, 18 v3
Um dos subprodutos de imenso valor da Ascensão é a cura dos estresses acumulados no sistema nervoso e a subsequente melhora em todas as áreas da vida. O objetivo primário da Ascensão é obter uma experiência permanente e duradoura do divino e saber que esta é a nossa natureza essencial. Durante a prática regular da Ascensão para atingir este objetivo, é comum que o estresse se mova como parte do processo de cura. A Ascensão pode ajudar com o estresse e com a ansiedade? – Sim! A Ascensão tem o potencial de remover todo o estresse do sistema nervoso.
O que é o Estresse?
Para entender isso, pode ser útil saber o que o estresse é, como ele surge, como ele afeta nosso corpo e o que acontece quando o estresse se move. O estresse parece acontecer quando experimentamos um evento que julgamos indesejável e que nos traz emoções negativas. Se estas emoções e as circunstâncias que as cercam não forem totalmente liberadas e curadas, então o estresse se acumula no corpo.
Como isso funciona?
Então como este processo ocorre? Para mim, a forma mais fácil de entender é observar crianças pequenas, a melhor época para observar o que acontece é na idade dos 18 meses até os 3 anos. Nós todos viemos ao mundo capazes de expressar emoções. Elas são a primeira forma de nos comunicarmos com o mundo à nossa volta e de ter nossas necessidades atendidas. Este sistema está instalado e funcionando muito antes de desenvolvermos a fala e a linguagem e ele continua ao longo de nossas vidas. É esta linguagem das emoções que dá colorido à vida. Na idade de 18 meses, a maioria das crianças pode expressar as cinco emoções básicas humanas – amor, alegria, tristeza (ou dor), raiva e medo. Eu escolhi estas cinco porque elas parecem ter formas específicas de expressão no corpo. O amor é expresso por abraços e aconchego; a alegria por sorrisos, risadas e movimentos alegres; a tristeza ou dor por chorar ou gritar; a raiva por birras e o medo e a ansiedade por tremor ou agitação. Estas ações corporais são universais, independentes de raça ou cultura.
Autocontrole
Enquanto as crianças puderem se expressar destas formas no corpo físico, elas não vão acumular estresse nos seus sistemas. Mas as crianças precisam amadurecer e parte deste amadurecimento, na grande maioria das culturas, significa que elas precisam aprender a controlar a expressão física dos seus sentimentos. Elas têm que aprender a não chorar, não fazer birras e não mostrar que estão com medo. O amor que elas expressam deve ser limitado à família e amigos íntimos e não a qualquer pessoa de quem gostem, e elas têm que limitar a quantidade de alegria que expressam de forma a não perturbar as pessoas ao seu redor. Esta é uma parte necessária do amadurecimento e a maioria das crianças já desenvolveu o autocontrole quando chegam aos sete anos.
Expressando os sentimentos
Enquanto ensinar autocontrole é quase universal, ensinar quando podemos afrouxar este controle e permitir alguns sentimentos não expressos é muito menos comum. O problema com controlar os sentimentos e não permitir sua expressão natural é que estes sentimentos não vão embora. Ao invés disso, eles são armazenados de alguma forma e em algum lugar do corpo. Felizmente o sistema de armazenamento não é rígido e o corpo tentará mover estas tensões quando e como puder. Os sonhos são uma forma comum para as emoções se moverem, mas elas também podem se mover através de sintomas físicos. Como adultos, nós frequentemente buscamos atividades ou situações que vão estimular nossas emoções, como esportes, filmes, dramas, arte e histórias ou simplesmente nos relacionando socialmente com outras pessoas. A peça que se desenrola à nossa frente ressoa com emoções armazenadas dentro de nós, permitindo com que algumas destas emoções venham à tona e sejam liberadas.
Reprimindo as coisas
Uma forma de olhar para isso é imaginar que o corpo é uma garrafa. Quando interagimos com o mundo, aparecem situações que nos trazem sentimentos. Geralmente são sentimentos negativos (a tristeza, a raiva e o medo) que achamos mais difíceis ou socialmente inaceitáveis expressar. Consequentemente tentamos ignorar os sentimentos, consciente ou inconscientemente. Estas emoções não expressas são guardadas numa garrafa. Nós costumamos falar (em inglês* N.T.) sobre “engarrafar nossos sentimentos”. Se nada for feito para abrir a tampa desta garrafa e permitir que eles saiam, a garrafa se enche. É preciso muita energia para guardar estes sentimentos, mesmo que não estejamos conscientes disso. Isso tem um efeito negativo na saúde do corpo. Existem poucas doenças, se é que existe alguma, que não tenha, pelo menos em parte, um elemento de emoções negativas guardadas. Há poucas condições médicas, se é que existe alguma, que não melhore se forem tomadas medidas para reduzir o peso destes sentimentos.
Este controle e armazenamento das emoções são funções da mente, em grande parte realizados pela mente inconsciente. Desde a infância, aprendemos comportamentos e estratégias para não sentir nossas emoções, particularmente as negativas. Separar as emoções do conteúdo dos eventos que experimentamos na vida cotidiana é algo quase instantâneo e, frequentemente, não temos consciência de que outro punhado de emoções foi não apenas ignorado, mas também armazenado. Passamos as nossas vidas tentando resolver problemas, mas ignoramos nossos sentimentos. Então se uma emoção vem à tona e o corpo começa a expressá-la, geralmente parece não existir nenhuma razão para que ela exista. Isso porque o problema original associado com esta emoção foi resolvido ou parou de existir, e este sentimento parece não ter nenhum assunto associado a ele. Ou podemos pegar outro evento ou situação para culpar por este sentimento.
Pensando
O trabalho da parte racional da mente é tentar encontrar coisas que nos tragam felicidade, mas ela também tenta nos manter seguros. Ela vai pegar algo que está acontecendo no presente e comparar com inúmeros momentos do passado que achar relevante e então projetar no futuro, de forma que possamos estar preparados para alguma ameaça ou perigo. Infelizmente a mente, no passado, encontrará coisas que nos fizeram sentir raiva ou tristeza e no futuro ela encontrará coisas que nos fizeram sentir ansiosos ou com medo. A forma como a Ascensão parece funcionar é cortando os fluxos de pensamento em que a mente racional está envolvida, trazendo-nos de volta ao momento presente e permitindo, mesmo que brevemente, que a mente fique quieta. Uma vez que a mente descansa, ela para de mandar intermináveis sinais contraditórios ao corpo; então o corpo pode descansar e fazer aquilo em que ele é realmente muito bom, que é curar a si mesmo.
Sendo Emocional
Uma das coisas que acontecem quando o corpo cura a si mesmo é que os estresses acumulados, particularmente as emoções acumuladas, começam a sair do armazenamento para serem liberadas de uma forma emocional. Quando chegam ao ponto de se tornarem uma reação emocional, a mente fica consciente delas. A pessoa então tem uma escolha: permitir que a emoção se expresse ou armazená-la novamente. As emoções são coisas poderosas e se uma pessoa não está acostumada a expressar seus sentimentos, ela pode se sentir sobrecarregada por isso. Nestas situações pode ser muito útil ter o apoio de alguém em que se confie e que possa permitir que o processo de liberação emocional siga seu curso. Pessoas que estão muito estressadas e sofrendo de ansiedade severa, em particular, precisam ter outros sistemas de suporte presentes e isso pode incluir serviços de saúde mental, pois a meditação pode desencadear respostas emocionais agudas e até mesmo reações psicóticas. Mais comumente os estresses podem se dissolver sem perturbações significativas ao sistema e só mais tarde a pessoa percebe que não está mais reagindo a algo que antes seria um problema para ela. À medida que mais e mais estresse vai embora e o corpo cura, mais fácil se torna ficar no momento presente. A partir deste lugar, com a mente racional fora do caminho, o estresse se movendo pelo corpo não precisa mais perturbar a nossa paz. Com um sistema nervoso mais limpo, podemos permanecer enraizados no presente e a partir daí experimentar o divino.